domingo, 25 de agosto de 2013

Jogos TR distribuídos através de revistas

Para falar a verdade, não sei dizer que destino esse mercado tomou mas, uns bons 10 anos atrás, não só era popular por sua acessibilidade mas também pelos bons jogos que podiam ser encontrados nas bancas de jornais. Eu mesmo ainda tenho uma seleção guardada por aqui, incluindo clássicos como Diablo, MDK, Command & Conquer e Dino Crisis. O fato que eu conheci e joguei esses jogos em seu auge transparece minha idade, mas enfim; quando os jogos eram distribuídos desta forma, já não eram mais lançamentos, o que provavelmente explica o baixo preço a que eram vendidos.

Até hoje ainda tento encontrar uma versão completa da primeira publicação que trouxe um game completo da franquia Tomb Raider. Ainda lembro de tê-la segurado em mãos quando chegou às bancas, mas como já possuia o jogo e sequer vislumbrava a possibilidade de colecionar TR, não pude levá-la para casa.
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A distribuição de jogos nesse formato só se iniciou após a GreenLeaf ter adquirido os direitos para distribuição no Brasil. Adventures of Lara Croft é o único dos títulos da Core Design que não chegou às prateleiras, enquanto outros jogos como The Last Revelation tiveram diversas "apresentações" diferentes. 

Apesar de alguns dados estarem faltando, acredito que a listagem abaixo inclui todas as edições (confira no final da postagem digitalizações das quais possuo):
  • Tomb Raider
    • Revista Game in Box n.4, 2004 - BRL 13,90
    • Mini-revista CD Expert n.?
  • The Dagger of Xian
    • Revista PC Gamer Brasil n.35, 2000
  • The Lost Artifact
    • Mini-revista CD Expert n.16, 2006 - BRL 15,90 *
  • The Last Revelation
    • Revista CD Expert n.63, 2003 - BRL 14,90 *
    • Mini-revista CD Expert n.?, 2005
  • Chronicles
    • Mini-revista CD Expert Premium n.26, 2007 - BRL 19,90 *
  • Angel of Darkness
    • Mini-revista DVD Game n.2, 2008 - BRL 19,90 *
* Edições comercializadas em duas apresentações diferentes: uma no formato tradicional, tamanho de revista (embora o conteúdo nem sempre tenha sido uma revista propriamente dita), e a outra em estojo de DVD. 

Apesar de serem diferentes publicações, a editora de todas era subsidiária da própria GreenLeaf. Foi através da DVD Game que ela tentou se redimir de uma promessa quebrada: quando anunciou AOD para o Brasil, havia prometido duas edições. A primeira tiragem seria limitada e direcionada para colecionadores, enquanto a segunda, que viria pouco tempo depois, seria totalmente localizada em português brasileiro. Ainda lembro que até dispunham de amostras de diálogos já gravados em português no website. No final das contas, a primeira edição foi lançada e, logo em seguida, a empresa desandou.

Anos mais tarde, quando Legend estava batendo a porta, a GreenLeaf recebeu um súbito sopro de vida. Atualizou o catálogo em seu website, incluindo TRL entre eles com o slogan traduzido ("É ver para crer.") mas, como a história se limita a se repetir, antes que o jogo sequer entrasse em circulação a empresa evaporou. Ainda assim, foi uma verdadeira surpresa quando a versão nacional de AOD chegou às bancas em 2008, cinco anos mais tarde que o previsto.

A qualidade do trabalho pode não ser das melhores, mas devemos admitir que o jogo também pouco colabora. Se você não pôde conferir, pode ter uma ideia de como ficou através da abertura, extraída diretamente do disco (compare com a original). O que mais me surpreendeu, entretanto, e de forma negativa, é a palpável sensação de que foi feito nas coxas. Não tanto pelas dublagens, mas sim pelas legendas...
Já reclamei em outras ocasiões sobre o nível desses trabalhos que costumam circular pela internet e a sincera impressão que tenho é que, quando decidiram publicar o jogo traduzido, simplesmente pesquisaram no Google e gravaram no disco a primeira tradução que encontraram. Diria também que era uma versão em espanhol, aportuguesada às pressas e sem uma revisão posterior. ¡Ay, caramba! E uma última observação: a própria revista traz o aviso de que, optando pelo áudio dublado, algumas das conversas estarão faltando. E também Corft, ah, Corft.

Difícil dizer, mas acho que nunca veremos os jogos da Crystal Dynamics nesse formato ‒ embora na Europa já tenham figurado em publicações como a portuguesa BGamer. Gostaria de dizer que a revista Full Games seria uma possibilidade e poderia lançar TRL, Anniversary e Underworld como uma trilogia, mas duvido muito. Para tudo o que vale, enviei como sugestão.