terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pensamentos pós Rise, volume III

E cá estou eu, novamente, refletindo sobre minha experiência com Rise of the Tomb Raider. Nos volumes anteriores, comentei sobre a campanha no Xbox 360 e, posteriormente, os pacotes de DLC e a versão para PC. Agora, finalmente, chega a vez de conferir a edição 20 Year Celebration no PS4.

Antes de qualquer coisa, o que será que aprendemos com esse tenebroso contrato de exclusividade? Se cada caso é analisado individualmente, será que corremos o risco de lidar com a mesma situação no próximo lançamento? As vendas certamente foram impactadas, será que isso não causará algum revés ainda maior à franquia? Coisas que somente o tempo irá responder...

Tendo jogado RTR tanto no Xbox 360 como no PC, fico feliz em dizer que a versão para PS4 é autossuficiente. Linda, visualmente falando, mesmo que a taxa de quadros não seja tão fluída quanto a de TR2013, e completa, com todos os DLCs inclusos diretamente no pacote. Porém, sinto que devo ressaltar que não é a versão definitiva, mesmo que tão somente por um detalhe crucial.

Quando lançado no Xbox One, o jogo foi alvo de muitas críticas (de jogadores, não da imprensa) pela demora na resposta dos comandos, o infâme "input lag". Esse problema não existia na versão para Xbox 360 e foi sanado na de PC, então é uma lástima que ressurja agora no PS4. A situação é ainda mais complicada se considerarmos que usuários do PS4 ainda não se recuperaram do supracitado contrato de exclusividade...

Para justificar o relançamento do jogo, que está prestes a completar um ano, a Crystal Dynamics desenvolveu conteúdo adicional inédito e aproveitou para amarrar tudo à celebração dos 20 anos de Tomb Raider. Alguém falou Croft Manor?
A Mansão Croft sempre foi um marco na série, e agora recebe sua terceira interpretação nos jogos. Considerando as áreas atualmente disponíveis, esta nova versão aparenta possuir proporções menores, embora notavelmente com potencial para uma variedade maior de áreas de interesse. A mansão esteve abandonada desde a morte de Richard Croft, portanto está em situação precária e muitas áreas estão barricadas e isoladas.

Em termos de jogo, Blood Ties me fez pensar em Gone Home diversas vezes. A casa vazia e abandonada possui uma atmosfera densa, mesmo sem qualquer sinal de perigo, e, pelo menos no decorrer desta fase, todos documentos e relíquias deveriam ser lidos e examinados. Algumas referências aos jogos anteriores estão ali, sim, mas esse DLC representa uma busca íntima de Lara Croft e seu reconciliamento com o legado de seus pais.

Esse apelo sentimental também faz o possível para fazer desta Lara Croft sua própria pessoa: agora, a meu ver, qualquer tipo de retroconectividade se torna inviável. Com alguns poucos ajustes aqui e ali, acredito que o reboot tinha como chegar a um meio-termo e nos levar à Lara das antigas. Até então, porém, eu não estava assimilando corretamente que TR2013 trouxe consigo um reboot, e não uma prequel. Alguns elementos até podem retornar, mas agora me parece sensato considerar que as diferenças serão cada vez maiores...
Para expandir a vida útil da nova ambientação, temos Lara's Nightmare. Conceitualmente, acho a ideia válida (uma mansão abandonada tomada por mortos-vivos, olá?), mas por algum motivo a execução não é tão boa. Os infectados parecem ser muito mais lentos e surgem em menor quantidade, quando comparado ao DLC Cold Darkness Awakened, então a sensação de opressão se dá pelas passagens estreitas e escassez de recursos.

Certos elementos são aleatórios, como a localização de armas e das caveiras para invocar o chefe final, mas mesmo assim as partidas nesse novo modo de Expedições costumam ser breves, durando cerca de 15 minutos. Para piorar, o modo traz consigo apenas 5 desafios, o que vai contra a ideia de explorar e expandir o fator replay da mansão.

Não bastasse o retorno da Croft Manor, a Crystal incorporou a Lara clássica à RTR através de novas skins. O traje da Antártida em Adventures of Lara Croft foi reimaginado e combina perfeitamente com a nova Lara, e, como um bônus adicional, modelos originais dos jogos da Core Design foram importados ao jogo.
A Lara de Angel of Darkness, apesar de gloriosa (diga-se de passagem, não parece ser de um jogo de duas gerações atrás) parece ser de borracha quando está em movimento, mas felizmente em cutscenes e screenshots ela é impecável. As outras skins não apresentam esse problema e, apesar de claramente fora de seu elemento com o enorme salto gráfico desde então, são excelentes.

Por fim, o pacote também permite que o modo Endurance seja jogado em modo cooperativo. Já havia comentado se tratar do DLC que menos gostei, mas devo admitir que me diverti jogando em dupla, mesmo que todas as nossas partidas tivessem objetivos específicos (leia-se troféus) bem delineados, ao invés do que o modo propõe.

Para fins de transparência, gostaria de deixar explícito meu eterno agradecimento à Crystal Dynamics, que gentilmente cedeu uma cópia digital da versão PS4 para todos os participantes do programa de fansites afiliados.

A propósito, atualizei determinadas postagens antigas para incluir esse conteúdo novo: